REACENDENDO A PAIXÃO: ATÉ QUE NADA MAIS IMPORTE- LUCIANO SUBIRÁ
Amar ao Senhor sobre todas as coisas é o maior mandamento bíblico. Existem duas problemáticas que afastam a paixão, aqueles que nunca conheceram a Deus e por isso não podem amá-lo, e, também, quem um dia o amou mas em sua jornada deixou de amar.
Esse estudo se volta a aqueles que abandonaram seu primeiro amor ou que nunca se aproximaram do amor de Cristo. Baseado no livro “ATÉ QUE NADA MAIS IMPORTE”, esse artigo tratará o porquê e como é possível resgatar a paixão.
Em Apocalipse 2.2-5, na carta a Igreja de Éfeso, há uma repreensão quanto ao amor:
”Conheço as obras que você realiza, tanto o seu esforço como a sua perseverança. Sei que você não pode suportar os maus e que pôs à prova os que se declaram apóstolos e não são, e descobriu que são mentirosos. Você tem perseverança e suportou provas por causa do meu nome, sem esmorecer. Tenho, porém, contra você o seguinte: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se, pois, de onde você caiu. Arrependa-se e volte à prática das primeiras obras. Se você não se arrepender, virei até você e tirarei o seu candelabro do lugar dele.”
O PRIMEIRO AMOR
Em uma das parábolas de Cristo existe uma referência ao Reino dos Céus como um tesouro (Mateus 13.44). Jesus acima de todas as coisas.
“O Reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido no campo, que um homem achou e escondeu. Então, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo.”
Não apenas transbordou de alegria porque sabia o quão inestimável era seu tesouro, mas, abandonou tudo que tinha para desfrutar do tesouro. Assim é um encontro com Jesus, o primeiro amor.
Essa alegria inicial não deve ser momentânea, é necessário cultivar o primeiro amor. Em Mateus 13.18-23, Jesus explica a parábola do Semeador e fala sobre como cada solo recebe a semente, semelhante aos corações. Muitas vezes alguns cristãos permitem que a alegria desapareça diante de algumas provações, assim como o solo rochoso, porque não tem sua raiz em profundidade no amor de Cristo.
É possível que mesmo em meio a momentos difíceis a alegria permaneça e assim o amor ao Senhor, porque o fundamento está em Sua Palavra que nunca mudará e não em circunstâncias voláteis.
A PERDA DO PRIMEIRO AMOR
A perda do primeiro amor não pode ser vista como um momento de crise, é uma queda, um pecado, e precisa de arrependimento. Continuar dedicado ao trabalho do Senhor não significa que a paixão esteja intacta, ao advertir a igreja esse é, justamente, o apontamento de Cristo. É necessário que volte, veja onde caiu e se arrependa.
Não significava que a igreja não o amava mais, por completo, mas que não havia a mesma intensidade de um coração apaixonado que queimava por Cristo. O primeiro amor é como fogo, precisa ser alimentado para que não se apague.
Para evitar a perda do amor é necessário que o cristão se posicione e enfrente aquilo que pode o afastar da ardente paixão por Cristo.
O CONVÍVIO COM O PECADO
Conviver com o pecado não é pecar em si, mas enxergar a sociedade pecaminosa com naturalidade e já não dar importância devida àquilo que é errado.
É necessário cuidado para não deixar com que o pecado daqueles que estão ao redor, não torne a inversão de princípios aceitável. Mesmo que o pecado não seja cometido pelo indivíduo, conviver de maneira natural com ele, faz com que o coração se afaste do primeiro amor.
Salomão em Provérbios 8.13, instrui a todo aquele que crê em Cristo sobre o que é o temor ao Senhor:
“O temor do Senhor consiste em odiar o mal. Eu odeio a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca que fala coisas perversas.”
A FALTA DE PROFUNDIDADE
Desenvolver profundidade no relacionamento com o Senhor é um dos segredos para que a alegria inicial não seja perdida. Jesus enfatiza a necessidade de uma profundida intencional com Deus na parábola do semeador:
“Os que estão sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria. Estes não têm raiz, crêem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam.” Lucas 8.13
Aqueles que são como pedra representam a falta de uma vida com Deus, a alegria de se encontrar com o Pai não é suficiente para que a semente não seja sufocada, na profundidade raízes são criadas e nutridas para que em momentos de provação a semente permaneça e germine.
A partir do momento que raízes profundas são desenvolvidas a fé é fortalecida. Viver com o objetivo de ter um relacionamento de intimidade com Cristo irá tornar sua fé inabalável, como consequência, o amor por Ele não se esfriará.
A FALTA DE TRATAMENTO
Outro fator que contribui para o esfriamento do amor por Deus é achar que certas áreas não precisam ser tratadas, porém quando deixadas de lado são essas que irão sufocar a frutificação da Palavra.
“Outra caiu no meio dos espinhos; e os espinhos, ao crescerem com ela, a sufocaram.”
Hoje, áreas não tratadas, podem parecer não nocivas, mas com o passar do tempo gerarão frutos de incredulidade, sufocando a paixão e afastando a caminhada com Cristo.
Esse cair pode não ser instantâneo, mas envolve, repetidas vezes, a negligência. Deus deseja moldar a cada um por inteiro, em todas as áreas, permita que essa transformação alcance lugares que são escondidos e assim tire todos os espinhos, trazendo à tona o melhor de Deus.
AS DISTRAÇÕES
Deus é o primeiro. Não há como dividir o trono com o trabalho, família e afazeres. Isso não significa negligenciar nenhuma dessas áreas, mas as colocar no lugar correto em relação a Deus.
Dar mais importância a outras áreas da vida, sejam elas redes sociais, programas de televisão ou até tarefas, podem tornar-se motivo de distração para a nossa comunhão com o Senhor.
“Mas o Senhor respondeu: — Marta! Marta! Você anda inquieta e se preocupa com muitas coisas, mas apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.”
Nada é mais importante do que a busca a Deus, é necessário vigiar com relação
a todas as coisas que podem tirar o foco de Cristo. Até mesmo aquilo que é lícito e bom pode ser uma distração.
Essa é a instrução de Jesus:
“Mas busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas. ” Mateus 6.33
AMOR INCORRUPTÍVEL
Perder o primeiro amor não é um caminho sem volta, é necessário resgatar a memória e arrepender-se por ter deixado de lado essa paixão que uma vez ardeu. Para isso é preciso recomeçar, retornar ao início da caminhada e aprofundar-se de forma que alimente o primeiro amor.
O apóstolo Paulo em Efésios 6.24, encerra sua carta dizendo:
“A graça seja com todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo com amor incorruptível.”
Esse amor incorruptível está associado a glória, honra e vida. Um amor puro e sincero que não se corrompe. Essa deve ser a busca do cristão: um amor perpétuo que não será abalado pelas dificuldades e provações, que tem suas raízes fundamentadas em Cristo. Que tirou todos os espinhos e agora pode crescer em amor. Viver de forma que a fascinação por Jesus seja a única coisa que realmente importa, buscá-lo até que nada mais importe!
Autor: Luciano P. Subirá. É o responsável pelo Orvalho.Com – um ministério de ensino bíblico ao Corpo de Cristo. Também é pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de dois filhos: Israel e Lissa.