As palavras de Jesus são vida, verdade e direção. Ele não apenas nos trouxe boas notícias, mas nos ensinou como viver de maneira plena e alinhada com o coração do Pai. Então, por que tantas vezes evitamos ou até rejeitamos os ensinamentos de Cristo? Essa questão pode parecer absurda à primeira vista, mas revela um desafio real dentro do cristianismo moderno.
Em muitas igrejas e círculos cristãos, as palavras de Jesus estão sendo suavizadas, reinterpretadas ou até deixadas de lado. Queremos um evangelho que nos conforte, mas evitamos aquele que nos confronta. Falamos sobre graça, mas esquecemos da santidade. Celebramos o amor de Deus, mas ignoramos suas exortações. O que está acontecendo?
As palavras de Jesus são para nós hoje?
Muitos cristãos vivem como se os ensinamentos de Jesus fossem algo do passado, aplicáveis apenas ao tempo em que foram proferidos. Alguns argumentam que a mensagem de Cristo antes da cruz foi dirigida apenas aos judeus, e que hoje, sob a graça, devemos focar apenas nos escritos apostólicos, principalmente nas cartas de Paulo.
Mas essa lógica ignora algo fundamental: Jesus é o próprio Deus encarnado e sua palavra não tem prazo de validade. Ele mesmo disse:
"O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras jamais passarão."
Se a palavra de Jesus é eterna, como podemos agir como se não fosse relevante para nós? O próprio Jesus deixou claro que seu ensino é a base sobre a qual devemos construir nossa vida:
"Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha."
Uma casa sobre a rocha resiste às tempestades. Mas quando descartamos ou relativizamos os ensinamentos de Cristo, construímos sobre areia – e um cristianismo sem compromisso facilmente desmorona diante das pressões do mundo.
O perigo de um evangelho seletivo
Vivemos em uma época onde a mensagem do evangelho está sendo adaptada para agradar ao público. Queremos um Jesus que nos abençoe, mas não que nos corrija. Queremos ouvir sobre promessas, mas evitamos ouvir sobre renúncia. Falamos sobre o amor de Deus, mas evitamos palavras como “arrependimento” e “santidade”, que são igualmente centrais na mensagem de Jesus.
Por que fazemos isso?
Porque a verdade dói. A palavra de Jesus é viva e penetrante:
"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes; penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração."
E ninguém gosta de ser julgado, mesmo quando é pela Palavra que traz vida. No fundo, queremos um evangelho que nos permita permanecer os mesmos, sem mudanças radicais. Mas Jesus nos chamou para algo maior: para sermos transformados.
"Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me."
Negar-se a si mesmo não é uma mensagem popular. O mundo diz “faça o que te faz feliz”, mas Jesus diz “faça o que te santifica”. O mundo prega autoafirmação, mas Jesus prega renúncia e obediência. Estamos realmente dispostos a seguir a Cristo se isso significa abrir mão daquilo que queremos?
A graça não anula a obediência
Outro erro comum é acreditar que, porque vivemos sob a graça, não precisamos mais nos preocupar com a obediência. Mas graça e obediência não são opostas; pelo contrário, andam juntas.
A graça não é uma desculpa para pecar livremente. É um convite para viver de forma digna do evangelho. O apóstolo Paulo explicou isso claramente:
"Que diremos então? Continuaremos pecando para que a graça aumente? De maneira nenhuma! Nós, que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?"
Jesus nos ensinou que o verdadeiro amor por Deus se expressa em obediência:
"Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos."
Isso significa que seguir a Cristo não é apenas sobre acreditar, mas sobre viver de acordo com aquilo que Ele ensinou. Não há como separar a fé da obediência.
O chamado ao arrependimento
A primeira mensagem de Jesus quando começou a pregar foi um chamado ao arrependimento:
"Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo!"
Esse chamado continua sendo essencial hoje. Mas, em muitos lugares, falar sobre arrependimento se tornou quase um tabu. Queremos ouvir sobre bênçãos, mas não sobre mudança de vida. Queremos ser salvos, mas sem abrir mão dos nossos pecados.
No entanto, o arrependimento é a porta para a verdadeira liberdade. Quando reconhecemos nossa necessidade de transformação e nos voltamos para Cristo, encontramos perdão, restauração e nova vida.
"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça."
Isso não é um peso, mas um presente. Deus não quer que vivamos presos à culpa e ao pecado, mas nos oferece redenção e uma nova caminhada com Ele.
Voltando à voz de Jesus
Em um mundo cheio de distrações e vozes concorrentes, a única que realmente importa é a de Cristo. Quando ignoramos ou distorcemos suas palavras, estamos rejeitando o próprio Senhor. Mas ainda há tempo para voltar.
Se queremos viver um cristianismo autêntico, precisamos nos submeter completamente a Jesus. Não apenas a um conceito confortável dEle, mas ao Cristo das Escrituras – que nos ama profundamente, mas também nos chama à transformação.
A pergunta que precisamos nos fazer é: estamos ouvindo Jesus de verdade ou apenas escolhendo as partes do evangelho que nos agradam?
Deus não nos chama para uma fé superficial, mas para um relacionamento real e comprometido. Ele nos convida a andar na verdade, na santidade e na obediência, confiando que seus caminhos são sempre os melhores.
Não fuja das palavras de Jesus. Corra para elas. Nelas há vida, liberdade e plenitude.
Texto baseado no livro HIPERGRAÇA, adquira já em nossa loja.orvalho.com