“Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.”
(Tiago 1.14-15 – NAA)
Você já se olhou no espelho e sentiu vergonha do que viu? Não por causa da aparência, mas porque sabia que falhou. Sabia que caiu, de novo. É uma sensação familiar para muitos de nós. Não planejamos cometer os mesmos erros, mas também não nos preparamos para evitá-los. E, assim, a tentação nos encontra vulneráveis, prontos para tropeçar.
A verdade é que ninguém acorda um dia e diz: “Hoje vou destruir meu casamento”, “Hoje quero me viciar” ou “Quero falir minhas finanças”. Mas o que acontece quando a tentação bate à porta e não estamos prontos? Abrimos. E entregamos, mais uma vez, nosso controle, nossa consciência e nossa paz.
A SUTILEZA DA TENTAÇÃO
A tentação não chega como um trovão estrondoso ou como um tsunami avassalador. Ela sussurra. Ela se aproxima devagar, com argumentos convincentes como “Você merece”, “É só uma vez”, “Ninguém vai saber”. É suave, persuasiva e, se não prestarmos atenção, letal.
Tiago nos alerta sobre o processo: a cobiça nos atrai, gera o pecado, e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Parece exagerado, mas é exatamente isso que acontece: morte da paz, da comunhão com Deus, da confiança que os outros tinham em nós.
NÃO É PECADO SER TENTADO
Precisamos entender algo essencial: ser tentado não é pecado. Jesus foi tentado. Ele enfrentou o diabo no deserto e resistiu. O pecado acontece quando damos ouvidos à tentação, a alimentamos com nossa imaginação, justificamos com nossa mente e, por fim, agimos.
A maioria das pessoas falha porque acredita em uma falsa escolha: lutar ou ceder. Mas existe uma terceira opção, poderosa e preventiva: decidir com antecedência. Isso é estar pronto. Estar pronto não é ser mais forte, mas ser mais sábio. É saber que somos fracos e vulneráveis, e por isso escolhemos, com a ajuda de Deus, nos afastar daquilo que pode nos derrubar.
“Portanto, aquele que pensa estar em pé veja que não caia.”
1 Coríntios 10.12
Esse versículo é um lembrete direto: o orgulho é perigoso. A autoconfiança pode nos deixar vulneráveis. Precisamos vigiar, depender do Espírito e nos manter humildes.
PLANEJE VENCER
Evitar a tentação é mais eficaz do que enfrentá-la de surpresa. Isso significa tomar decisões antes da batalha começar. Significa saber onde você é mais fraco e construir barreiras físicas, emocionais e espirituais para se proteger. Se sabe que uma situação, uma pessoa ou um ambiente o fazem tropeçar, fuja. Não teste seus limites. Decida antes.
A VERDADEIRA VITÓRIA COMEÇA NO ESPELHO
O primeiro passo para vencer suas batalhas internas é olhar com honestidade para quem você realmente é. Admitir suas fraquezas não é um sinal de fracasso, mas de coragem. Quando reconhecemos nossos pontos fracos, abrimos espaço para que Deus nos fortaleça.
Talvez hoje seja o dia de parar de se esconder, parar de justificar e, com humildade, dizer: “Senhor, eu preciso da tua ajuda. Eu não quero mais cair.”
Olhe no espelho e veja além do erro. Veja a graça. Veja o recomeço. Veja alguém que está pronto para planejar, resistir e vencer com Cristo, sempre ao seu lado.