A Bíblia nos assegura repetidamente que somos chamados por Deus. Mas o que significa ser chamado por Deus? Será que entendemos plenamente este chamado?
Normalmente, associamos o “chamado” a um convite para servir, mas a Bíblia define o chamado divino como uma convocação para ser algo, e não apenas para fazer.
Em 1 Coríntios 1.1-2, Paulo afirma:
“Paulo, chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo, e o irmão Sóstenes, à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.”
A ênfase está no ser. Paulo destaca que somos chamados para ser santos. Muitas vezes, reduzimos o chamado divino a uma tarefa, negligenciando a importância do caráter.
O PROJETO DIVINO
A santidade é o foco principal do chamado divino. Paulo reiterou isso aos romanos em Romanos 1.7: “A todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.”
Embora a capacitação seja importante, a habilidade não deve substituir a santidade. No século 21, a igreja enfrenta uma crise de integridade. Os líderes de hoje possuem mais habilidades do que no passado, mas isso não deve substituir o caráter.
Pedro nos exorta a viver uma vida santa: “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tinheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.” (1 Pedro 1.14-16)
A santidade não é ocasional nem limitada a uma ou outra área. É exigida em todo o nosso procedimento. E a razão é uma só: Deus é completamente santo e nos criou para sermos como Ele é, a fim de que nos conformássemos inteiramente com a Sua santidade. Portanto, é justo afirmar que santidade – assim como o pecado – é uma questão de natureza. Antes da conversão éramos, por natureza, filhos da desobediência (Ef 2.3) e depois, no novo nascimento, quando participamos da natureza divina (2 Pe 1.4), nos tornamos filhos da obediência (1 Pe 1.14).
Porém não é por ser uma questão de natureza que a santidade deixa de ser uma ordenança. Até porque a natureza que nos domina depende, também, da nossa decisão de obedecer ou não o mandamento. É de suprema importância entender que estamos falando de um mandamento divino. Ou seja, santidade não é uma opção!
Pedro também afirma que temos todos os recursos para viver em santidade:
“Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo.”
SANTOS COMO ELE É SANTO
Jesus é nosso modelo de santidade, e o Espírito Santo nos transforma à Sua imagem (2 Coríntios 3.18). O caráter deve preceder as obras. No dia do juízo, não seremos justificados por nossas ações, mas pelo nosso caráter em Cristo.
"Muitos, naquele dia, vão me dizer: “Senhor, Senhor, nós não profetizamos em seu nome? E em seu nome não expulsamos demônios? E em seu nome não fizemos muitos milagres?” Então lhes direi claramente: “Eu nunca conheci vocês. Afastem-se de mim, vocês que praticam o mal.”
Devemos primeiro ser para depois transbordar por meio do fazer as obras do ministério. O chamado divino nos convida à santidade e integridade, refletindo o caráter de Cristo em todas as nossas ações.
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