A Bíblia nos revela que fomos criados à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1.26). Isso vai muito além da aparência física, trata-se de refletir o caráter, os valores e o propósito do Criador em tudo o que somos e fazemos.
Essa verdade nos convida a viver de forma coerente com quem Deus é. Quando permitimos que ele governe nossa vida por completo, nossa essência é transformada, e isso naturalmente se manifesta também no exterior. Afinal, uma árvore com raízes profundas dá frutos visíveis. E esses frutos revelam a quem estamos ligados.
O que nossa imagem comunica?
A maneira como nos vestimos, nos expressamos e nos comportamos fala muito sobre nós. Roupas, acessórios, estilo…tudo isso é uma linguagem silenciosa que revela humor, personalidade, valores e até intenções.
Vivemos em uma cultura que valoriza a aparência. Somos constantemente bombardeados por padrões que dizem que, para sermos aceitos, precisamos nos encaixar, nos destacar, nos moldar. Mas será que essa imagem está alinhada com o nosso verdadeiro valor?
A Bíblia nos ensina que o valor de uma pessoa é medido de dentro para fora. O apóstolo Paulo aconselha que nosso “adorno” seja as boas obras, e não apenas o que é visível:
‘Da mesma forma, que as mulheres, em traje decente, se enfeitem com modéstia e bom senso, não com tranças no cabelo, ouro, pérolas ou roupas caras ‘ 1Timóteo 2:9
Isso não significa abandonar o cuidado com o corpo ou com a aparência, mas sim colocar as prioridades no lugar certo.
Vestir-se com propósito
Se somos cidadãos dos céus, nossa imagem deve refletir a cultura do Reino. Isso não quer dizer que devemos ignorar o contexto em que vivemos, mas sim buscar equilíbrio entre o lugar onde estamos e o destino para o qual caminhamos.
Vestir-se com modéstia, decência e bom senso não é esconder o corpo por vergonha, mas revelar dignidade e valor. É permitir que o que Deus vê dentro de nós, também possa ser percebido pelas pessoas ao nosso redor, não por roupas caras ou estilos da moda, mas por atitudes que glorificam ao Pai.
O que o mundo diz vs. o que Deus diz
A sociedade diz: “Seja visto, seja desejado, seja notado.” Deus diz: “Seja luz, seja sal, seja reflexo do meu amor.” O mundo nos empurra para uma corrida de aparências. Deus nos convida para uma jornada de transformação interior.
“O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração.” 1 Samuel 16.7
Se o homem vê a aparência, e Deus vê o coração, então nossa imagem deve ser coerente com o que Deus já vê em nós. Que nossas roupas, palavras e atitudes sejam expressão da beleza que Ele colocou dentro de nós.
Frutos visíveis de uma raiz profunda
Jesus disse que pelos frutos conheceríamos a árvore (Mateus 7.16). O que mostramos por fora é reflexo do que cultivamos por dentro. Se estamos cheios de Deus, isso transbordará naturalmente na forma como tratamos os outros, como nos comportamos, como nos apresentamos.
A imagem que deixamos no mundo deve ser fruto da nossa intimidade com o Pai. E isso inclui tudo: desde o modo como nos vestimos até como reagimos às situações do dia a dia.
Afinal, somos imagem e semelhança dele.
Pedro nos lembra que a verdadeira beleza está no espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus (1 Pedro 3.3-4). Essa beleza não se corrompe, não envelhece, não depende de tendências. É a beleza que vem da submissão, da confiança, da paz interior.
Jesus é nosso modelo. Ele é a plenitude da imagem de Deus. Quanto mais nos deixamos moldar por ele, mais nos tornamos parecidos com ele.
Feitura de Deus
“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras.” (Efésios 2.10)
Somos obra-prima de um Artista excepcional. Fomos criados para refletir sua glória, não apenas com palavras, mas com ações. As boas obras são o desfile que Deus preparou para nós, não para sermos admirados, mas para que Ele seja glorificado.
“Nisto é glorificado o meu Pai: que vocês deem muito fruto.” (João 15.8)
Quando nossa imagem exterior é reflexo da presença de Deus em nós, tudo muda. A alegria do Senhor transparece no rosto. A paz interior se revela no comportamento. A beleza do Reino se manifesta nas cores, nos gestos, nas escolhas.
Não se trata de aparência pela aparência. Trata-se de revelar o céu na terra. De viver como quem sabe que foi criado à imagem e semelhança de Deus e que essa imagem é restaurada, dia após dia, pela graça de Cristo.