Na hora da prática do falar em línguas, um grande empecilho para a oração contínua no espírito é a falta de entendimento do como se usa as línguas. Há muita gente sendo ensinada que só pode falar em línguas na hora que o Espírito Santo quer; mas na verdade temos domínio sobre o nosso próprio espírito:
“Pois os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas”.
Se meu espírito me é sujeito, e é ele e não o Espírito Santo quem fala em línguas, então falo em línguas a hora que quiser e o quanto quiser! O Espírito de Deus não se contradiz; Ele não iria falar em línguas na hora errada (como os coríntios faziam) e depois inspirar o apóstolo Paulo para escrever mostrando como se deve dar o uso público das línguas e corrigir-se a si mesmo!
Quem inspira a fala é o Espírito, mas somos nós mesmos quem falamos. Somos como que guardiões desta dádiva Celestial. Nós administramos o seu uso, e isto deve ser bem feito.
MAS ISTO NÃO É AUTO-SUFICIÊNCIA?
Não, porque auto-suficiência seria depender de si mesmo para falar, e não dependemos de nós mesmos, e sim do Espírito Santo. O fato de podermos decidir como e quando usar, é determinação de Deus mesmo; Ele é quem quis que fosse assim. Mas mesmo naquilo que o Senhor nos permitiu decidir como e quando usar, ainda dependemos d’Ele para o que falar.
Exemplificando, é algo semelhante ao interruptor onde acendemos ou apagamos a luz. Nós estamos no controle, e não a eletricidade; isto não quer dizer que não se precisa da eletricidade, pois na verdade sem ela não haverá luz, não importa o quanto você mude o interruptor. O fato é que a eletricidade está sempre lá, e você a deixa fluir para a lâmpada, ou, como o próprio nome já diz, você “interrompe” a corrente.
Com o falar em línguas não é diferente. O Espírito Santo está sempre em nós; a energia está o tempo todo disponível. Quando decidimos em nosso próprio espírito, deixamos a corrente fluir ou a interrompemos. As línguas só se manifestam por causa do poder do Espírito em nós; sem Ele não há línguas. Mas nosso espírito está sob nosso controle e podemos orar o quanto quisermos, na hora em que quisermos!
Sem compreender isto, jamais será possível praticar o falar em línguas como uma linguagem de oração; principalmente no que diz respeito a orar “em todo tempo no Espírito”. Quem mais ensinou sobre o falar em línguas na Bíblia, foi o apóstolo Paulo, pois ele o praticava intensamente, e sabia que era ele mesmo quem determinava o quanto orar, a ponto de dizer:
“Dou graças a Deus, que falo mais em línguas do que todos vós.”
Já é hora de usarmos mais o que o Pai Celeste nos deu. Devemos experimentar NOVAS línguas. O fluir das línguas na vida dos crentes da igreja primitiva era muito diversificado, a ponto de o apóstolo Paulo dizer:
“ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos…”
Há línguas humanas nesta prática, e também celestiais; e isto não se parece nada com as “rezas” em línguas de alguns nos dias de hoje!
Alguns não levam a sério o que Paulo disse sobre falar as línguas dos homens e dos anjos; acham que até podem falar em outras línguas humanas (faladas em outros países), mas não as dos anjos. Alegam que a menção do apóstolo é puramente alegórica. Só que não podemos perder de vista que todas as ilustrações que ele fez no capítulo treze de 1 Coríntios, são literais e não figuradas.
Creia e exercite-se na linguagem do Espírito Santo. Não fique esperando o dia em que não haja a menor sombra de dúvida para então falar em línguas. Se você já experimentou o fluir da linguagem celestial não duvide, apenas prossiga e continue falando!. Dedique tempo à oração no Espírito Santo, e à medida que pratica, você verá quão crescentes serão os benefícios que se manifestarão em sua vida.
Penso que os dias de Paulo nas prisões em que esteve não eram assim tão longos, pois ele tinha muito o que fazer. Não havia nenhuma diversão ou entretenimento naquelas masmorras úmidas e escuras, mas acredito que muito tempo era gasto orando em espírito e edificando-se a si mesmo. Esse homem de Deus orava tanto a ponto de dizer que ninguém orava quanto ele!
Nosso irmão Paulo fazia uso da linguagem sobrenatural de oração também fora da prisão. Provavelmente ele também orava bastante nas suas longas viagens – em navios, no lombo de animais, a pé, por onde andasse.
Esse é um excelente exemplo a ser seguido!
Texto extraído do livro “O Falar Em Línguas”
Autor: Luciano P. Subirá. É o responsável pelo Orvalho.Com – um ministério de ensino bíblico ao Corpo de Cristo. Também é pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de dois filhos: Israel e Lissa.