A Igreja, por muito tempo, negligenciou o amor por Cristo. Distanciou-se da paixão pelo Senhor e do compromisso de obediência a sua Palavra. Hoje, resgatamos o primeiro amor ou vivemos em mais uma era onde a frieza define a vida da Igreja?
“São estes os estatutos que você apresentará aos filhos de Israel: — Se você comprar um escravo hebreu, ele trabalhará para você durante seis anos; mas no sétimo ano será livre, de graça. Se chegou solteiro, irá embora sozinho; se era homem casado, a mulher irá com ele. Se o dono lhe der uma mulher, e ela der à luz filhos e filhas, a mulher e seus filhos serão do dono do escravo, e ele irá embora sozinho. Porém, se o escravo expressamente disser: “Eu amo o meu dono, a minha mulher e os meus filhos; não quero ser livre”, então o dono do escravo o levará aos juízes, e o fará chegar à porta ou à ombreira da porta, e o seu dono furará a orelha dele com um furador; e ele será seu escravo para sempre.”
Lendo esse texto vemos a possibilidade de escolha de um escravo, ficar ou ser livre. O servo da orelha furada era conhecido na sociedade daqueles dias como alguém que escolheu ser escravo. Onde quer que fosse, a marca em sua orelha, atraía atenção. Quem via, sabia que aquela pessoa era escrava por livre vontade.
O ato de furar a orelha não só evidenciava uma escolha, mas era um anúncio público. Em qualquer lugar essa pessoa era reconhecida como quem decidiu continuar escrava quando já não era mais obrigada a ser.
ESCRAVOS DE CRISTO
“Pois quem foi chamado no Senhor, sendo escravo, é liberto que pertence ao Senhor. Do mesmo modo, quem foi chamado, sendo livre, é escravo de Cristo.”
Fomos comprados pelo sangue de Cristo, o Senhor Jesus conquistou o direito legal de ser o dono. Ele prefere, contudo, não usar a prerrogativa de conquistador da nossa vida. Pelo contrário, o desejo de Cristo é que, quando a liberdade nos for oferecida, escolhamos servir a ele.
O servo da orelha furada não permanecia com seu senhor por obrigação, e sim por amor.
Nossa entrega a Deus deve ser como essa, por amor. O entendimento do senhorio de Cristo tem sido roubado. Aceitar Jesus como salvador é apenas o início, mas o ensino bíblico vai muito além. Devemos reconhecê-lo como Senhor.
Quando nos rendemos a Cristo a salvação vem como consequência, contudo a Palavra enfatiza que devemos confessá-lo como Senhor para sermos salvos.
“Se com a boca você confessar Jesus como Senhor e em seu coração crer que Deus o ressuscitou dentre os mortos, você será salvo. Porque com o coração se crê para a justiça e com a boca se confessa para a salvação.”
O ato de confessar a Cristo como Senhor, portanto, é o reconhecimento da essência da Redenção: admitir que Ele nos comprou das mãos de nosso credor e fez-nos propriedade Sua. Parte de nós a decisão de não receber liberdade, mas permanecer servos, agora sob o domínio de Deus. Isso significa que nos tornamos Seus servos porque Ele pagou nosso preço, mas também porque entendemos o que Ele fez e decidimos viver sob Seu senhorio.
Caminhar com Cristo consiste em desistir de ser dono da própria vida e entregar o controle absoluto a Deus. Mesmo quando Ele delega o controle às nossas mãos, nós perguntamos que botão apertar, de que forma, com qual intensidade, quando.
Temos liberdade para tudo, mas nada queremos sem a direção, condução e supremacia de nosso Senhor. A liberdade de escolher não pertence a nós mesmos, mas a Ele, é a única liberdade que nos interessa.
Que essa escolha por amor arda em nossos corações. Que possamos estar dispostos a pagar o preço necessário. Não só de lábios mas um amor que se manifesta na opção voluntária de ser um escravo da orelha furada.
TEXTO BASEADO NO LIVRO “DE TODO CORAÇÃO” DE LUCIANO SUBIRÁ. ADQUIRA JÁ EM LOJA.ORVALHO.COM