A obra redentora de Cristo nos transforma. A nova aliança restaura o ser humano à imagem de Deus, cumprindo o propósito original da criação. Desde o Éden, o desejo divino sempre foi formar uma humanidade que refletisse sua natureza e caráter. O pecado distorceu essa imagem, mas a graça de Cristo veio para restaurá-la plenamente.
De Adão ao último Adão
A Escritura apresenta um contraste entre Adão e Cristo. O primeiro homem, Adão, trouxe o pecado e a morte ao mundo; o último Adão, Cristo, veio para restaurar a vida e a comunhão com Deus.
Em Adão, herdamos a natureza caída; em Cristo, recebemos uma nova natureza, moldada pela presença do Espírito Santo. Paulo declara que:
“a morte reinou desde Adão até Moisés, mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir” Romanos 5.14.
Cristo é, portanto, o cumprimento da promessa. Ele veio não apenas para nos livrar da condenação, mas para gerar em nós uma nova vida: a vida do próprio Deus.
Deus nunca desistiu de seu plano original. Desde o início, Ele quis formar um povo que refletisse sua imagem e natureza. A nova aliança não é apenas um instrumento de perdão, mas o meio pelo qual somos moldados à semelhança de Cristo.
“Pois aqueles que Deus de antemão conheceu ele também predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” Romanos 8.29.
A antiga aliança revelava o padrão divino, mas não tinha poder para mudar o coração humano. A nova aliança, porém, transforma o interior, gravando a lei de Deus na mente e no coração. Agora não apenas sabemos o que é certo, mas somos capacitados a viver conforme a vontade do Pai.
A capacitação divina
Essa transformação interior acontece por meio de três recursos fundamentais que a nova aliança nos oferece.
O primeiro é o novo nascimento. Em Cristo, recebemos um novo coração e um novo espírito. Deixamos de ser apenas criaturas e passamos a participar da natureza divina, revestindo-nos de uma nova identidade. Como escreve Paulo: “[…] se revestiram da nova natureza que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que a criou” (Colossenses 3.10).
O segundo é a presença do Espírito Santo. Ele habita em nós e opera continuamente para nos conformar à imagem de Jesus. É o Espírito quem nos transforma de glória em glória, como Paulo afirma: “E todos nós, com o rosto descoberto, contemplando a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, que é o Espírito” (2 Coríntios 3.18).
O terceiro é a Palavra de Deus, que agora está gravada em nosso interior. A voz divina, antes ouvida de fora, passa a ecoar dentro de nós, guiando, corrigindo e moldando o coração. A obediência deixa de ser resultado de imposição e se torna fruto de comunhão.
A transformação é um processo
Embora o novo nascimento marque o início dessa mudança, a transformação é progressiva. A vida cristã é um caminhar constante de amadurecimento e rendição. Somos desafiados a abandonar padrões antigos e a permitir que Cristo forme em nós sua própria natureza. Esse processo exige perseverança, sensibilidade ao Espírito e disciplina para permanecermos firmes na fé.
Paulo descreve esse amadurecimento como um avanço até a plena estatura de Cristo: “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de pessoa madura, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4.13).
O caminho da transformação passa por aprender a pensar como Cristo pensa e a agir como Ele agiu. “Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus” (Filipenses 2.5), escreveu o apóstolo. E Pedro reforça: “Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando exemplo para que vocês sigam os seus passos” (1 Pedro 2.21). A vida do Filho se torna o padrão e o modelo de todo aquele que é nascido de Deus.
A obediência como expressão do amor
A obediência é o sinal visível de um coração transformado. Ela não nasce do medo ou da obrigação, mas da gratidão e do amor. Quando compreendemos o que Cristo fez por nós, obedecer deixa de ser um peso e se torna o nosso prazer. É na obediência que a comunhão com Deus se aprofunda, e é nela que encontramos a verdadeira liberdade.
A nova aliança, portanto, não apenas nos redime do passado, mas nos habilita a viver o presente e o futuro segundo a vontade do Pai. A obra do Espírito Santo em nós tem um propósito: reproduzir a imagem de Cristo em cada aspecto da nossa vida.
“E todos nós, com o rosto descoberto, contemplando a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, que é o Espírito” 2 Coríntios 3.18.
A transformação prometida é um processo contínuo. A cada passo, o Espírito Santo nos molda à semelhança do Filho, até que a imagem de Cristo seja plenamente refletida em nós.
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