A Lei de Deus sempre ocupou um lugar central na história da redenção. No entanto, o propósito dela não era salvar, mas revelar a gravidade do pecado e apontar para a necessidade de um Redentor. Longe de ser um fim em si mesma, a Lei foi um instrumento temporário e preparatório dentro do plano divino.
A LEI COMO DIAGNÓSTICO
A Lei não tinha poder de transformar a natureza humana. Sua função principal era expor a incapacidade do homem de obedecer plenamente à vontade de Deus. Paulo escreve:
“’A lei veio para que aumentasse a ofensa. Mas onde aumentou o pecado, aumentou muito mais ainda a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também a graça reinasse pela justiça que conduz à vida eterna, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor.’ Romanos 5:20-21
Assim, a Lei funcionava como um diagnóstico: deixava evidente a profundidade do pecado e a distância entre a santidade divina e a condição humana.
Segundo o apóstolo, a Lei foi acrescentada:
‘Logo, para que é a lei? Ela foi acrescentada por causa das transgressões, até que viesse o descendente a quem se fez a promessa, e foi promulgada por meio de anjos, pela mão de um mediador. ‘ Gálatas 3:19
Ou seja, ela tinha prazo de validade. Sua função era servir como “guardião”, conduzindo o homem a Cristo para que fosse justificado pela fé (Gálatas 3.23-25).
Dessa forma, a Lei estava subordinada a um propósito maior: preparar o caminho para a manifestação da graça em Jesus.
A CONSCIÊNCIA DO PECADO
Ao estabelecer um padrão elevado de justiça, a Lei ampliou a consciência humana sobre a gravidade do pecado. Como Paulo afirma: “pela Lei vem o pleno conhecimento do pecado” (Romanos 3.20).
Isso não significa que Deus desejava mais pecado, mas que, diante da clareza da Lei, o homem não poderia mais se iludir com sua própria justiça. O coração humano foi confrontado com sua incapacidade de atender plenamente às exigências divinas.
A Lei também previa sacrifícios, que ofereciam uma solução temporária para o pecado. Porém, esses rituais eram apenas sombras de algo maior. O autor de Hebreus lembra: “é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (Hebreus 10.4).
Cada sacrifício, portanto, apontava para o sacrifício perfeito de Cristo, que de uma vez por todas ofereceu perdão real e definitivo.
A LEI E A GRAÇA
A Lei foi essencial para revelar o padrão de justiça de Deus e expor a fragilidade humana. Contudo, ela nunca foi suficiente para transformar o coração. Sua limitação evidenciava a necessidade de uma nova aliança, inaugurada em Cristo.
‘pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma; e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a Deus. Hebreus 7:19
A graça, revelada em Jesus, trouxe não apenas perdão, mas também poder para vencer o pecado e viver em obediência.
A Lei foi, de fato, uma dádiva divina. Ela revelou a santidade de Deus, mostrou a pecaminosidade do homem e preparou o caminho para o Salvador. Mas sua função era transitória: conduzir os homens a Cristo, o único capaz de oferecer a solução definitiva para o pecado.
Em Jesus, recebemos mais do que um código de mandamentos, recebemos graça abundante, perdão e capacitação para viver conforme a vontade de Deus.
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