JEJUM, PEDIDOS E A VONTADE DE DEUS
O jejum sempre foi uma prática que revela mais sobre o nosso coração do que imaginamos. Ele não serve para demonstrar força espiritual nem para ganhar algum tipo de vantagem diante de Deus. A essência do jejum é aproximar-se de Deus e permitir que o Espírito Santo trate aquilo que normalmente ignoramos.
Alguns experimentam jejuns mais intensos; outros jejuam de forma parcial. A intensidade não é o ponto central. Como escreveu Elmer Towns, “Ao assumir o controle do apetite físico, você desenvolve força para assumir o controle dos apetites emocionais.” A disciplina do jejum nos ajuda a perceber onde nossos afetos, inclinações e desejos têm ocupado um lugar maior do que deveriam.
O JEJUM E A NATUREZA PECAMINOSA
A Bíblia nunca nos ensina a “controlar” a natureza pecaminosa. Jesus não chamou seus discípulos a domá-la, mas a mortificá-la (Mateus 5.29; 18.8; Romanos 8.13; Gálatas 5.24).
O jejum, quando praticado com o coração correto, nos conduz a esse lugar:
não de autocontrole apenas, mas de confronto espiritual.
O jejum também carrega, desde a antiguidade, uma expressão de luto. Jó e seus amigos ficaram sete dias em silêncio, marcados pela dor (Jó 2.13). Davi jejuou enquanto seu filho lutava pela vida (2 Samuel 12.16).
Parar de comer é, muitas vezes, uma reação natural a perdas profundas, um corpo que se dobra ao peso da tristeza. E, espiritualmente, esse princípio permanece quando percebemos a separação que o pecado causa entre nós e Deus, nasce um luto santo que nos chama de volta.
Isaías declara:
“Os vossos pecados fazem separação entre vós e o vosso Deus.”
(Isaías 59.2)
E Paulo afirma que ficamos aquém da glória,ou seja, da presença de Deus (Romanos 3.23). Quando o Espírito Santo nos torna sensíveis a isso, o jejum se transforma num exercício honesto de lamentar a distância, não para gerar pena, mas para restaurar proximidade.
Jesus disse que bem-aventurados são os que choram, porque serão consolados (Mateus 5.4). Esse não é um choro emocional, mas o lamento de quem percebe: “Fiquei longe e quero voltar.”
O PERIGO DE TRANSFORMAR O JEJUM EM PERFORMANCE
Jesus advertiu que é possível transformar o jejum num palco (Mateus 6.16). Há duas tentações aqui:
- “Olhem para mim. Estou fazendo algo grandioso.”
- “Deus, olhe para mim e faça o que eu estou pedindo.”
Nenhuma dessas expressões tem a ver com o coração do jejum. Jejuamos não para impressionar Deus, mas para que Deus impressione novamente nosso coração.
A dor não é simulada. O lamento não é teatral. Jejuamos para enfrentar honestamente:
“Em que momento minhas escolhas, desejos e pecados criaram distância entre mim e o Senhor?”
Essa tristeza não no
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