“Antes de ser afligido, eu andava errado, mas agora guardo a tua palavra.”
Salmos 119.67
O retorno à obediência é o ponto de reencontro entre o coração humano e a vontade de Deus. A correção divina não tem o propósito de punir, mas de ensinar. O salmista entendeu isso ao afirmar que a aflição o conduziu de volta ao caminho certo. A dor foi o instrumento que o despertou para o valor da Palavra.
Ageu transmitiu essa exortação ao povo de Israel: “Eu os feri com queimaduras, com ferrugem, com granizo, em tudo o que vocês fizeram; mas não houve, entre vocês, quem voltasse para mim” (Ageu 2.17). O objetivo de Deus não era ferir, e sim provocar arrependimento. Sua correção é uma expressão de amor, um chamado para reorientar o coração à obediência.
A progressividade da obediência
O retorno à obediência não é um evento isolado, mas o início de um processo. Paulo escreveu aos tessalonicenses: “Pedimos a vocês que continuem progredindo cada vez mais” (1 Tessalonicenses 4.1). A obediência é aprendida e desenvolvida. Somos transformados “de glória em glória”, e essa transformação exige tempo, paciência e perseverança. Assim como a vereda dos justos “vai brilhando mais e mais até ser dia claro” (Provérbios 4.18), a caminhada do cristão é um amadurecimento constante.
Jesus é o exemplo perfeito dessa progressividade. Mesmo sendo Filho, aprendeu a obediência por meio do que sofreu (Hebreus 5.8). Isso revela que obedecer não é apenas uma questão de entendimento, mas de formação interior. Seus sofrimentos o fizeram conformar-se com a vontade do Pai. A maturidade espiritual nasce da repetição de escolhas corretas, até que o obedecer se torne natural.
O propósito de Deus é que cresçamos em obediência, que sejamos moldados até que nossa vontade se alinhe completamente à dele. Cada correção, cada recomeço e cada pequeno passo de fé fazem parte desse crescimento.
A beleza do retorno
A Bíblia mostra que há diferentes caminhos para aprender a obedecer. Jonas precisou de circunstâncias extremas para se render, enquanto Pedro foi restaurado por meio do amor e da graça. Ambos retornaram à obediência, mas o processo poderia ter sido menos doloroso. O Senhor sempre oferece um caminho mais leve.
A obediência é formosa aos olhos de Deus. É mais do que uma resposta correta; é uma expressão de amor e confiança em seu caráter. O coração do Pai se alegra com a nossa obediência, porque vê seus filhos sendo restaurados àquilo para o qual foram criados.
Retornar à obediência é permitir que Deus reescreva a história, transformando o que era queda em crescimento. É reconhecer que cada correção é, na verdade, um convite para amadurecer. E, no fim, a obediência não apenas nos aproxima de Deus, ela nos faz parecer com Ele.
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