Essa é uma pergunta que pode soar curiosa ou até irreverente à primeira vista, mas traz consigo um convite à reflexão sobre o caráter de Deus e sua relação com a humanidade. Afinal, como entender os sentimentos de Deus em meio às nossas ações, escolhas e desafios diários?
Para responder a essa pergunta, é importante começar pelo que a Bíblia nos ensina sobre Deus:
'Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, bondoso em todas as suas obras.'
Esses atributos revelam que os sentimentos de Deus não são instáveis ou impulsivos, como muitas vezes os nossos. Sua justiça é impecável, mas isso não significa que Ele está sempre “de bom humor” no sentido humano da expressão.
Deus sente?
Sim, Deus sente. Ele ama profundamente (João 3.16), se compadece (Salmos 103.13) e também se entristece (Efésios 4.30). Um exemplo claro disso é a passagem de Gênesis 6.6, que descreve Deus lamentando a maldade da humanidade antes do dilúvio. Isso mostra que Deus não é indiferente ao pecado ou às escolhas que afastam seus filhos do propósito que Ele planejou.
Contudo, é importante lembrar que, mesmo quando Deus se entristece, sua essência permanece imutável. Ele não deixa de ser amoroso e justo. Sua tristeza não é fruto de incerteza e instabilidade, mas da dor de ver sua criação escolher caminhos que levam à destruição.
A graça de Deus: o maior presente
Embora Deus não seja complacente com o pecado, sua graça nos mostra que Ele está disposto a perdoar e restaurar. A Bíblia afirma que:
'O Senhor é compassivo e bondoso; tardio em irar-se e rico em bondade. Não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui conforme as nossas iniquidades. '
'Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. '
Vemos o coração de um Pai que não se alegra com o pecado, mas que está sempre pronto a acolher os que se arrependem.
A cruz é a maior prova de que Deus não se limita a “estar de bom humor”. Em vez disso, ele escolheu agir com amor, enviando seu filho para nos reconciliar com ele. Por meio de Jesus, podemos experimentar não apenas o perdão, mas uma transformação que nos permite andar em perto de Deus.
A graça de Deus: o maior presente
Se pensamos em “bom humor” como uma disposição leve e despreocupada, a resposta é não. Deus não ignora o pecado ou as consequências das nossas escolhas erradas. Ele é justo e se importa profundamente com a forma como vivemos. Mas se entendemos “bom humor” como a disposição contínua de oferecer graça, amor e reconciliação, então podemos dizer que Deus está sempre aberto a nos acolher quando nos voltamos para ele.
A pergunta, na verdade, nos leva a uma conclusão mais profunda: não devemos nos preocupar tanto em “medir” o humor de Deus, mas sim em como estamos nos relacionando com Ele. Estamos buscando agradar o coração de Deus, vivendo em obediência e comunhão com ele? Estamos desfrutando da graça que nos foi dada em Cristo Jesus?
Deus não é movido por caprichos ou emoções humanas. Sua justiça é perfeita, e seu amor é constante. Isso deve nos levar a um temor reverente, mas também à confiança de que podemos sempre nos achegar a Ele, seja qual for a nossa situação. Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre (Hebreus 13.8).
Portanto, o verdadeiro questionamento que devemos fazer não é sobre o “humor” de Deus, mas sobre como estamos respondendo ao seu amor e à sua justiça. Estamos vivendo de acordo com o propósito que ele planejou para nós?
Caminhe em direção à graça, sabendo que Deus está sempre pronto para nos receber de braços abertos.
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