Temos trabalhado acerca da temática do jejum, uma prática enraizada na Palavra de Deus. Neste estudo, exploraremos os benefícios de diversos tipos de jejum e as suas durações.
TIPOS DE JEJUM NA BÍBLIA
A Bíblia apresenta, basicamente, três tipos de jejum: total, normal e parcial, com a adição de um quarto tipo, o jejum sobrenatural. Cada tipo tem suas características distintas, propósitos e exemplos bíblicos que nos ajudam a compreendê-los melhor.
JEJUM TOTAL
O jejum total é caracterizado pela abstinência completa de alimentos e água. Podemos citar o exemplo bíblico de Ester, leiamos a passagem:
“Então Ester pediu que levassem a Mordecai a seguinte resposta: “Vá e reúna todos os judeus que estiverem em Susã, e jejuem por mim. Não comam nem bebam nada durante três dias, nem de noite nem de dia. Eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei falar com o rei, ainda que seja contra a lei; se eu tiver de morrer, morrerei.”
Esse é um dos tipos mais rígidos de jejum e geralmente é limitado a períodos mais curtos devido às necessidades fisiológicas do corpo humano.
JEJUM NORMAL
No jejum normal, há abstinência de alimentos, mas não de água. A Palavra de Deus, ao falar do jejum de Jesus, revela que ‘nada comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome’ (Lucas 42). Observe as expressões “nada comeu” e “teve fome”. Diferentemente dos relatos bíblicos de jejum absoluto, não há menção de que Cristo ‘”não bebeu”, tampouco de que Ele “teve sede”.
A maneira de distinguir, na Bíblia, se o jejum é total, sem água, ou normal, com água, é observando e a própria descrição. Quando, de fato, não houve ingestão de água, os escritos mencionam tal nível de abstinência, veja o exemplo de Esdras:
“Esdras se retirou de onde estava, diante de Casa de Deus, e foi para a câmara de Joanã, filho de Eliasibe. Ao entrar ali, não comeu pão nem bebeu água, porque pranteava por causa da infidelidade dos que tinham voltado do exílio”
Contudo, quando a Bíblia não detalha essa especificidade, é porque houve ingestão de água. O juramento de Saul, na batalha contra os Filisteus, é uma prova disso:
“Naquele dia os homens de Israel estavam angustiados, porque Saul havia levado o povo a fazer um juramento, dizendo: —Maldito o homem que comer algo antes do anoitecer, antes de eu me vingar dos meus inimigos. Por isso todo o povo se absteve de comer naquele dia.”
Em resumo, o jejum normal é a abstinência de todo tipo de alimento, contudo sem privação de água, diferenciando, assim, do jejum total.
JEJUM PARCIAL
O jejum parcial envolve a abstinência de determinados tipos de alimentos, mas não de todos, permitindo a ingestão de líquidos e alimentos não restritos. Um exemplo muito conhecido é o jejum de Daniel:
“Naqueles dias, eu, Daniel, fiquei de luto por três semanas. Não comi nada que fosse saboroso, não provei carne nem vinho, e não me ungi com óleo algum, até que passaram as três semanas.”
Daniel se absteve de alimentos saborosos, carne, vinho e óleo. Esse tipo de jejum oferece uma maior variedade e flexibilidade em comparação com o jejum total.
JEJUM SOBRENATURAL
O jejum sobrenatural é uma categoria especial em que ocorrem intervenções divinas para sustentar o jejuador além das capacidades humanas. Exemplos incluem o jejum de Moisés por 40 dias:
“E Moisés esteve ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites. Não comeu pão nem bebeu água. E escreveu nas tábuas as palavras da aliança, as dez palavras.”
E, também, o jejum prolongado do Irmão Yun, um pregador chinês, durante sua prisão:
O Irmão Yun compartilha em seu livro “O homem do céu” que, certa ocasião, enquanto prisioneiro na China por pregar o evangelho, fez um jejum de 74 dias — sem comer nem beber. Não há outra explicação para esse jejum, que durou de 25 de janeiro a 7 de Abril de 1984, senão que houve uma intervenção sobrenatural.
O corpo humano simplesmente não possui condições de sobreviver tanto tempo sem ingestão de água; só Deus é capaz de alterar esse curso natural. Os resultados também se mostraram sobrenaturais: houve conversão de muitos presos, resultado de terem testemunhado o sustento divino ao corpo de Yun.
Esses eventos demonstram o poder sobrenatural de Deus em sustentar os seus.
EXPLORANDO OS BENEFÍCIOS
Cada tipo de jejum oferece benefícios únicos para o corpo, a mente e o espírito. O jejum pode promover a desintoxicação física, o fortalecimento espiritual, o aumento da disciplina pessoal e a sensibilidade à voz de Deus. Muitas pessoas relatam experiências de clareza mental, renovação espiritual e maior proximidade com Deus durante períodos de jejum.
A IGREJA E O JEJUM
Pensando nisso, conduzimos uma enquete na rede social do pastor Luciano Subirá para entender melhor as experiências e práticas de jejum entre aqueles que nos seguem. Tivemos a participação de aproximadamente 32.000 pessoas e os resultados revelaram que a maioria dos participantes já experimentou algum tipo de jejum, sendo os jejuns de 24 horas os mais comuns. 45% das pessoas que participaram da enquete alegam que já praticaram o jejum de 24 horas. No entanto, a prática de jejuns prolongados, de 3 a 7 dias, foi menos frequente, com apenas 27% dos participantes. Quando a questão foi um jejum maior de 7 dias, apenas 21% dos participantes praticaram e de 21 dias apenas 15%.
Esses dados refletem que precisamos entender a importância do jejum. De 32.000 pessoas, menos da metade vive a prática do jejum. Precisamos buscar a Deus e mudar essa realidade.
CONCLUSÃO
O jejum possui uma variedade de tipos e benefícios. Ao explorar os ensinamentos bíblicos sobre o jejum e os resultados de nossa enquete, podemos apreciar melhor a importância e o impacto dessa disciplina espiritual em nossas vidas.
Jejue. Se você não jejuava, comece. Se você já é um jejuador, sinta-se motivado a ir além.
Acima de tudo, que a doce voz do Espírito Santo seja ouvida. Foi ela que conduziu Jesus ao ambiente no qual ele deveria jejuar. Seja qual for o lugar ou a época do seu jejum, no meio de um grande deserto ou desfrutando de um lindo oásis, seja qual for o tipo ou a duração de seu jejum, poucas horas ou mais de um mês, seja o que for, deixe-se ser levado pela liderança do Espírito. Permita-se não apenas ser introduzido à prática de jejuar, mas decida manter, em sua vida e na vida daqueles a quem puder influenciar, a cultura do jejum — até que o Noivo venha e possamos entregar juntos todos os nossos jejuns à mesa do banquete celestial.
Texto baseado no livro: “A CULTURA DO JEJUM” de Luciano Subirá, adquira já através de nossa loja.orvalho.com
Autor: Luciano P. Subirá. É o responsável pelo Orvalho.Com – um ministério de ensino bíblico ao Corpo de Cristo. Também é pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de dois filhos: Israel e Lissa.