O convite ao proibido, a tentação, não tem como expressar sua voz se controlamos nossos desejos. Ou seja, sem esquecer que contamos com a ajuda Soberana em primeiro lugar, uma arma certeira contra a tentação é o autocontrole. É importante lembrar que estamos falando de matar não o pecado, mas a possibilidade de pecar. Trata-se de uma luta anterior preventiva, para não precisar lidar com os estragos consequentes do pecado.
Usando o exemplo de Caim, a Bíblia mostra que já havia entrado em seu coração questionamentos malignos acerca de Deus, o que incitou suas emoções e o aproximou do pecado:
“Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.”
Observe que o Senhor falou, basicamente, três coisas a Caim:
1. “Se procederes bem, não é certo que serás aceito?”
Em outras palavras, “Se você vencer a tentação, você não pecará e Eu o acolherei pela sua obediência”.
2. “Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti”.
Aqui Deus estava dizendo que a manifestação subsequente à tentação, que é o pecado, aguardava Caim à porta. Além disso, o Senhor também declarou que o desejo de Caim assumiria o controle, caso não fosse dominado. Tentação é quando desejamos o que Deus restringiu. Pecado é quando o desejo nos domina!
3. “Mas a ti cumpre dominá-lo.”
A única forma de vencermos a tentação é refreando nossos desejos. Sem boca, nenhuma voz se manifesta!
Podemos citar aqui outra ferramenta poderosa que se alia ao domínio próprio.
Tiago diz que nossos desejos são uma sedução, um engodo. São um engano porque partem de uma premissa errada, mentirosa. Eles surgem de uma contestação à voz de Deus. Quando os nossos desejos se despertam, instigados pelo engano, temos que desmascará-los com o que Deus diz, com a Sua Palavra! As Escrituras invalidam sentenças como “se eu fizer o que desejo, serei mais feliz”, “meu desejo é maior do que posso suportar, não consigo lutar contra”, “liberdade é fazer o que desejo” e tantas outras.
Se a Bíblia é uma arma, ataque com ela. Neutralize o engano de seus desejos carnais com a única verdade. Aponte a Palavra contra você mesmo e leve sua própria carne cativa. Utilize as Sagradas Escrituras como ferramenta para dominar-se a si mesmo.
Por outro lado, sempre vence o mais forte. Se o espírito está fortalecido, ele vence. Se é a carne que está ganhando mais alimento, mais voz e mais vez, é fato que ela vencerá. Pode-se dizer que, na hora da tentação, vemos o reflexo do que tem sido a vida devocional do cristão – se há oração, leitura e meditação da palavra, bem como jejum, ele está espiritualmente fortalecido e mais apto a ganhar a batalha contra seus maus desejos. Lembrando que o crente não cai, vai caindo a cada pensamento que cede, a cada desejo enganoso que aceita, a cada dia sem alimentar seu espírito.
Texto extraído do livro “O Impacto da Santidade”
Autor: Luciano P. Subirá. É o responsável pelo Orvalho.Com – um ministério de ensino bíblico ao Corpo de Cristo. Também é pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de dois filhos: Israel e Lissa.